O «mar português» de Pedro Colón (I) – Estado da Arte

Peneda (o Viso) – Vista sobre ria de Vigo e Atlântico

 

 

 

 

 

 

 

 

Pedro Madruga não pode ter sido apenas e, tão só, o belicoso senhor feudal de Soutomaior, que cinco séculos de historiografia repassaram, motu continuum, elevado bastas vezes a legendário estatuto, e outras tantas submerso entre as trevas do medievo mais profundo. Foi também um conde português, membro da corte primo-renascentista de que se fazia rodear “o Africano” Afonso V, “rei de Portugal e dos Algarves, daquém e dalém mar em África”, como então, significativamente, se intitulava.

Corte, que o historiador Saúl António Gomes, não hesitou em considerar como “uma das mais notáveis e civilizadas da época”, adjectivando consequentemente esse Príncipe, que biografava em 2006, como “erudito humanista”, bibliófilo, intelectual e esteta[1].

Pedro Álvares de Soutomaior viveu dezasseis anos no seio desta corte. Um quarto de uma vida, efectivamente produtiva, se atendermos à hipótese levantada e sustentada há duas décadas por Alfonso Philippot Abeledo, de que terá começado a ser educado aos oito anos, e regressado da última viagem ao ocidente já septuagenário[2]. Se, na metade inicial desse percurso, pôde a sua personalidade moldar-se entre o clero regular e a formação dominicana – que reequacionava a interacção entre o Homem, a Natureza e Deus –,  já no quarto de vida crepuscular, terá buscado o caminho das “índias ocidentais”, aventura que se inclui, no que o historiador francês Georges Lefèbvre considera, o aspecto essencial do Renascimento: “os grandes descobrimentos”[3].

Nessa perspectiva deve ser encarada a estatura moral de Pedro Álvares: na guerra, o chefe de linhagem, orgulhoso e implacável, falacioso até, por conveniência ou feitio, vassalo fiel da legitimidade dinástica, como todos os antecessores; na paz, o dominicano, cultivado na Fé e no “livre arbítrio” de São Tomás de Aquino, curioso ante o naturalismo desconhecido, atraído decerto por um Portugal que no Atlântico, sulcava então as primeiras rotas do mundo moderno.

Escrevendo sobre os descobrimentos e a expansão mundial da Europa, deve-se ao catedrático Fernando Nogueira uma das melhores sínteses entre o espírito e a acção que motorizaram o Quatrocentos português: por um lado, [ A Renascença] criando um clima favorável ao conhecimento e exploração da terra, dos mares, das suas gentes; por outro, [os Descobrimentos] dando satisfação ao interesse humanístico e naturalista do homem que o Renascimento ia modelando”[4].

De que forma, então, pode caber neste enquadramento, o “turbulento e desordeiro”[5] Pedro Madruga, “indisciplinado e pouco temente”[6] aos reis de Portugal, Castela e Aragão, que a história contemporânea teima em assim adjectivar, com base em acontecimentos pontuais, esquecendo, por manifesta incúria, o ambiente em que se moveu tal personagem?

Pois bem. A resposta afigura-se simples, a raiar o óbvio. Quem se quiser dar ao esforço de subir em romaria à Peneda do Viso, vai por certo deslumbrar-se espraiando a vista ao longo da panorâmica ria de Vigo, desde a embocadura atlântica das Cíes, à enseada de San Simon, foz do Verduxo e do Otaivén que regam de vida todo o vale de Soutomaior. Alguém, de boa fé, ante essa magnífica evidência natural, erguendo o testamento[7] do todo-poderoso senhor deste território na década de trinta daquele século XV de antanho – afirmando-se dono de “naus e navios” – , pode conceber que os Soutomaior não estivessem mergulhados nos negócios e trato do mar?

É que, como se sabe, esse nobre feudal, gerou o futuro Conde de Caminha e -conforme revela a documentação coligida por Martin Fernández de Navarrete[8], relembrada há um par de anos por Rodrigo Cota[9] – , ao tempo dos embates com Aragão, merecia de Castela a maior confiança enquanto capitão de um dos navios “mancos” (os de cunho atlântico, à vela e sem remos) da armada que no Mediterrâneo deu combate aos Infantes daquela coroa. Não só ele, como também o seu “fiel escudeiro” Fernando de Romay, capitaneando um segundo navio, decerto também a expensas da casa de Soutomaior.

Encarregaram-se os desígnios históricos, que aqui não são chamados, de brindar o já então ex-clérigo tudense Pedro Álvares de Soutomaior, com a herança paterna, no Verão de 1468. Aos trinta e seis anos, vira esfumar-se qualquer hipótese de assumir o bispado de Tui, ou a sede arcebispal de Santiago. Se herdava naquele momento um vasto património secular, dele se via, no entanto, também privado, graças à acção expropriadora e arrasadora dos partidários galegos da ”Hermandad” – movimento de bases, impulsionado três anos antes pelo próprio rei Enrique IV, visando acabar com as “mortes, roubos e males que se faziam por toda a parte”, a coberto da guerra entre enriquenhos e os rebeldes de Ávila. Numa análise ao ambiente que se vivia ao tempo no sul da Galiza, o reputado historiador Luís Suárez é peremptório ao afirmar que “ni Enrique, ni Alfonso, tenían [alí] médios para hacerse obedecer”[10].

A solução encontrada para inverter a delicada situação do novo senhor de Soutomaior, deve ser considerada no quadro político pró-português – anti-aragonês por analogia -, vigente na coroa de Castela, pelo menos, desde o casamento de Enrique IV com Joana de Portugal, em 1455, mas já enunciado com o tratado de paz de Medina del Campo-Almeirim, de 1431: a construção de um bloco ibérico forte, capaz de controlar, através de Ceuta e Gibraltar, tanto o acesso do Atlântico ao Mediterrâneo, como da Europa ao Norte de África. Coincidem na asseveração desta política peninsular, o já citado Luís Suárez[11] e o português Luís Adão da Fonseca[12].

Em 6 de Agosto de 1468, quando Enrique IV assina a provisão real que torna Pedro Álvares herdeiro do “mayorazgo de la casa de Sotomayor e asi mismo de los lugares de Sotomayor de fornelos e terra de montes e cotobad e de morrazo y de salvatierra y tielas co eso mismo de todos los otros castillos y lugares cotos y feligresias y casas y casares y encomiendas y heredamientos y bienes muebles e rreizes e semovientes que son en el my rreyno y señorio”[13], estava-se a pouco mais de seis semanas do acordo de Toros de Guisando, que no íntimo inconfessável do rei e do marquês de Villena, resolveria a crise interna castelhana, através do casamento da princesa Isabel de Castela com o rei de Portugal, e da renegada “Beltraneja” com o sucessor daquele, o “Príncipe Perfeito”[14].

Entre Fevereiro e Julho desse 1468, com mediação de ambas as cortes peninsulares, deverão ter acontecido as negociações que levaram aos esponsais de Pedro Álvares de Soutomaior, com uma das damas da rainha de Castela: Teresa de Távora. Prova-o a afirmação autografa de Diego de Soutomaior, seu filho, extractada de um documento da colecção diplomática do Archivo Histórico Nacional: “(…) y el [mi padre]– a-[…]-do de casarse con mi madre seyendo dama de la Reyna doña Juana (…)”[15]. Celebrado o acordo, e atendendo ao relato de Vasco da Ponte, é natural que se tenha realizado o casamento já em Portugal, na cidade de Lisboa, onde a corte permanecerá entre Agosto e princípios de Novembro[16].

Quais os argumentos positivos que se podem inferir desta aliança? Para Enrique IV, perdido que estava o controlo do poder no sul da Galiza pelas suas próprias mãos ao instigar a “Hermandad”, era uma forma descomprometida de patrocinar a recuperação da casa de Soutomaior, e dessa forma restaurar no sul da Galiza, um poder que sempre fora leal à sua coroa. Subentende-se na previsão desse volte-face situacional, um compromisso velado de ajuda portuguesa. Uma vez reposta a situação anterior ao avanço “irmandiño”, Portugal teria a sua contrapartida, no policiamento e controlo da pirataria e do corso que se acobertava nas rias galegas, aos quais não eram decerto alheios os acostados dos Soutomaior, que dominavam o litoral sul da Galiza, desde o Minho à ria de Arousa.

A título de exemplo, cabe a evocação do corsário Gonçalo Correa, “possivelmente galego” na opinião de Amândio Morais Barros, em cujas rias foi “autor de numerosos ataques a embarcações durante a década de 30” do século XV, prejudicando em larga medida as rotas comerciais entre a cidade do Porto, a Galiza e o norte europeu[17]. Celso Garcia de la Riega, escrevendo sobre “La Gallega, nave capitana de Colón”, documenta a presença da armada daquele corsário em Pontevedra, no ano de 1437[18]. Sabendo pelo trabalho de Maria del Cármen Sánchez Carrera[19], que os Correa dominavam a margem direita do rio Minho, entre Goián e A Guarda, e que se acostavam à casa de Soutomaior, parece razoável deduzir, uma estreita ligação desta linhagem ao trato do mar, nomeadamente ao corso, a coberto, em parceria ou beneficiando da conivência do já mencionado capitão Fernán Yañez de Soutomaior, pai de Pedro Álvares.

Estranha-se que a relevância maior desta aliança matrimonial no desenrolar da vida legendária de Pedro de Soutomaior, nunca tenha recebido de cronistas e investigadores, em quase quinhentos anos de historiografia, mais do que paupérrimos comentários.

Assim, Vasco da Ponte, nos anos trinta do século XVI, abria as hostes relatando que “(…) Pedro Alvarez vendo toda a comunidade contra si e as suas fortalezas derrocadas, acolleu-se a Portugal, onde tiña parentes e onde se deu a coñecer a outros cabaleiros e despois ao rei de Portugal, que o casou com dona Tareixa Tábora, filla de Álvaro Pérez de Tábora, un bo cabaleiro português. Díxolle aos seus parentes, cuñados e amigos se o querian socorrer e axudar a gañar as suas terras, e levantar as suas fortalezas, e todos lle dixeron que si (…)”[20].

Em simultâneo, Diego de Soutomaior, futuro comendador da Ordem de Alcântara, referindo-se a esse período da vida do pai no documento autografo já referido, confirmava que Álvaro de Távora, “(…) le dio muy buena dote y mas le syndio con mucha gente de a caballo para tomar todas estas tierras de Galizia pagados a su costa por mucho tiempo que fue cabsa de restituyrse en toda su casa (…)”[21].

Molina[22], Sandoval[23], Gândara[24] ou Florez[25], cobrem os séculos XVI a XVIII sem qualquer menção de relevo nesse particular, e no século XIX o mesmo se passa com Ávila y La Cueva[26] e Benito Vicetto[27], que retomam o registo de Vasco da Ponte. Só em 1904, a Marquesa de Ayerbe vai alargar um pouco o horizonte interpretativo desta aliança: Madruga era protegido tanto dos reis de Portugal como de Castela[28], visão que Ramón Villares partilhará em 1990, ao sintetizar a “História da Galiza”[29].

De permeio, cabe ressaltar a opinião de Gaspar Massó em 1975, ao ser o primeiro autor a desenvolver um amplo estudo biográfico acerca do conde de Caminha. Não se excedendo ao já conhecido, prefere evidenciar o que, para um magnata fronteiriço, era a maior vantagem prática desta aliança: “(…) su doble ciudadania, origen de su grandeza y también de su desventura”[30]. José Garcia Oro, já nos anos oitenta, reproduzia na íntegra esta constatação[31], e Carlos Barros na década seguinte, mencionava que Pedro Álvares “(…) servia a dos reis (…)”, tinha “(…) muchos intereses y amigos en Portugal (…)” e almejava “(…) la unificación de Castilla y Portugal”[32].

Em Portugal, teimosamente apostado no esquecimento da figura do Conde de Caminha, apenas o título “Sottomayor Mui Nobre” que Luíz de Mello Vaz de São Payo lançou à estampa em 1999, tentou lançar um pouco mais de luz sobre a passagem deste cavaleiro galego por terras portuguesas, insistindo o autor, principalmente, na argumentação justificativa de certo entroncamento genealógico. Isolam-se, no assunto que tratamos, ideias como: fazia “(…) figura de magnate de Portugal (…); (…) trouxera a família a este país (…); (…) lutara para que seus filhos fossem criados na Corte (…); (…) D. Álvaro de Soutomayor “fora de moço criado del Rei”, provavelmente como pagem; e em 1484 (já o seriam antes) eram moços fidalgos da Casa de D. João II, D. Álvaro de Soutomayor e seu irmão D. Fernando”[33].

Nos primeiros anos do novo século, é o historiador tudense Suso Vila, quem desenvolve alguma preocupação acerca da análise da personalidade de Pedro Madruga, bem assim como da mentalidade da linhagem que aquele chefiava, procurando “erradicar erros interpretativos e fixar a realidade ou ficção do mito criado sobre os Soutomaior”. Infelizmente, pouco acrescenta ao que atrás já se disse, assentando em duas modestas linhas, os cargos e alguns senhorios que detinha o chefe dos Távora, sogro de Pedro Álvares: “(…) Señor de Mogadouro, alcaide maior de Miranda, do conselho do rei, quen lle concederia a casa de Caparica o 25 de Agosto de 1445”[34]. E mais não diz.

Nesta breve análise ao estado da arte no que concerne ao casamento português do Conde de Caminha, cabe ainda um papel a Alfonso Philippot, investigador viguês, a quem se deve o vislumbre identitário daquele, enquanto alter-ego do navegador Colón. Baseando parte dos seus argumentos numa vasta recolha genealógica, não se esquiva a traçar uma breve – embora inconsequente – resenha da linhagem de Teresa de Távora, bem assim como os parentescos próximos que a rodeavam[35].

Deve celebrar-se esta abertura do espectro analítico, embora se lamente a sua não prossecução num estudo mais abrangente, capaz de fazer evoluir o retrato já adquirido de Pedro Álvares de Soutomaior. Não é outro o motivo desta exposição.


[1] Gomes, S. A. (2006). D. Afonso V, o Africano (1ª ed.). Rio de Mouro, Lisboa, Portugal: Círculo de Leitores e Centro de Estudos dos Povos e Culturas de Expressão Portuguesa, pp. 7.

[2] Philippot Abeledo, A. (1994). La Identidad de Cristobal Cólon (5ª ed.). (A. P. Abeledo, Ed.) : Vigo, Galicia, pp. 13-14, 239-240.

[3] Lefèbvre, G. (1971). La Naissance de l’Historiographie Moderne. Paris : Flammarion, pp. 53.

[4] Nogueira, F. (1990). Os Grandes Descobrimentos Portugueses e a Expansão Mundial da Europa. Lisboa, Portugal: Verbo, pp. 161-162.

[5] Adão da Fonseca, L. (2005). D. João II (1ª ed.). Rio de Mouro, Lisboa, Portugal: Círculo de Leitores e Centro de Estudos dos Povos e Culturas de Expressão Portuguesa, pp. 182.

[6] Gomes, S. A. (2006), pp. 240.

[7] Real Academia de la Historia. Testamento otorgado por Fernan Yañez de Sotomayor, señor de Sotomayor (1440.11.09), Valladolid: Colección Salazar y Castro, M-60, inventario nº 53887, pp. 131-134v.

[8] Navarrete, M. F. (1858). Coleccion de los viajes y descubrimentos que hicieron por mar los españoles desde fines del siglo XV (2ª ed., Vol. I). Madrid, España: Imprenta Nacional, pp. 543.

[9] Cota González, R. (2008). Cristóbal Colón, Pontevedra, Caminha. Pontevedra, Galicia: PMMNexc, pp. 47-48.

[10] Suárez, L. (2001). Enrique IV de Castilla, la difamación como arma política (2ª ed.). Barcelona, España: Editorial Ariel, pp. 334.

[11] Ibidem, pp. 127-128.

[12] Adão da Fonseca, L. (2005), pp. 151-152.

[13] Vila, S. (2010). A casa de Soutomaior (1147-1532) (1ª ed.). Noia, Galicia: Editorial Toxosoutos, pp. 461-465.

[14] Suárez, L. (2001), pp. 401.

[15] Archivo Histórico Nacional. Relación. Informe de la descendencia de la casa de Sotomayor  (1er. Tercio del siglo XVI), Galicia: Diversos-Colecciones, Leg. 247, doc. 4.

[16] Gomes, S. A. (2006), pp. 303.

[17] Barros, A. M. (2000). O Porto contra os corsários. (A expedição de 1469). Revista da Faculdade de Letras. Historia, Série III, Vol. 1, pp. 17.

[18] Garcia de la Riega, C. (1897). La Gallega, Nave Capitana de Colón en el Primer Viaje de Descubrimientos. (C. G. Riega, Ed.) Pontevedra, Galicia, pp. 74, 180, 184.

[19] Sánchez Carrera, M. C. (1997). El Bajo Miño en el Siglo XV. El Espacio y los Hombres. A Coruña, Galicia: Fundación Pedro Barrié de la Maza, Conde de Fenosa, pp. 184, 188, 197.

[20] Ponte, V. (2008). Relación dalgunhas casas e liñaxes do Reino de Galiza (1ª ed.). (C. G. Pérez, Ed., & R. M. Outón, Trad.) Noia, Galicia: Editorial Toxosoutos, pp. 122

[21] Archivo Histórico Nacional. Relación.

[22] Molina, L. (1550). Descripcion Del Reino de Galicia. (A. d. Paz, Ed.) Mondoñedo, Galicia: Fac-Simile; Editorial Maxtor, 2005, Valladolid.

[23] Sandoval, P. (1610). Antiguedad de la ciudad de Tuy y de los obispos que se save aya avido de ella. (F. L. Basto, Ed.) Braga, Portugal: Fac-Simile; Editorial Orbigo, A Coruña.

[24] Gandara, F. d. (1662). Armas y Triunfos. Hechos De los hijos de Galicia (P. d. Val, Ed.) Madrid, España: Fac-Simile; Editorial Orbigo, A Coruña.

[25] Florez, E. (1748, 1749). España Sagrada. Teatro Geographico-Historico de la Iglesia de España (Vols. XXII, XXIII). (Marin, Ed.) Madrid, España: Fac-Simile; Editorial Orbigo, A Coruña.

[26] Avila y la Cueva, F. (1995). Historia civil y eclesiástica de la ciudad de Tuy y su obispado. 1852 (reimpressão ed.). (C. G. Pérez, Ed.) Santiago de Compostela, Galicia: Consello da Cultura Gallega.

[27] Vicetto, B. (1865-1873). Historia de Galicia. (N. Taxonera, Ed.) Ferrol, Galicia.

[28] Ayerbe, M. (1904). El Castillo del Marques de Mos en Sotomayor. Apuntes Historicos. (M. Ayerbe, Ed.) Madrid, España, pp. 46.

[29] Villares, R. (1991). História da Galiza. (M. L. Garcia da Cruz, Trad.) Lisboa, Portugal: Livros Horizonte, pp. 75

[30] Massó, G. (1975). Pedro Madruga de Soutomayor. Caudillo Feudal. Santiago de Compostela, Galicia: Editorial de los Bibliófilos Gallegos, pp. 34.

[31] Garcia Oro, J. (1981). La Nobleza Gallega en la Baja Edad Media. Santiago de Compostela, Galicia: Bibliófilos Gallegos, pp. 226.

[32] Barros, C. (1994). Mitos de la historiografia galleguista. (C. Barros, Ed.) Obtido em Setembro de 2010, de Carlos Barros: http://cbarros.com

[33] São Payo, L. M. (1999). Sottomayor Mui Nobre. (L. M. São Payo, Ed.) Vila Real, Portugal, pp. 82.

[34] Vila, S. (2010), pp. 275.

[35] Philippot Abeledo, A. (1994), pp. 515-665

2 comentarios en «O «mar português» de Pedro Colón (I) – Estado da Arte»

  1. Si Galicia y Portugal hubiensen ganado la guerra, ahora nadie pondría en duda que Pedro Álvarez sería portugués como todos nosotros. Ahora yo si soy español, pero no podemos decir lo mismo de él, sobre todo cuando España aún ni existía.

    Cataluña ganó la guerra y nosotros lo pagamos por ser los únicos que nos opusimos. Creo que para Galicia fue una desgracia, nos hubiera ido infinitamente mejor con Portugal y a Portugal con nosotros.

  2. Totalmente de acordo. Na Peninsula Ibérica, só galegos e portugueses falam «quase» a mesma língua. Não há como negar o que nem o Minho era então capaz de separar! Até na Andaluzia, ás terras raianas com Portugal os castelhanos davam o nome de «banda gallega»!

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