Eduardo Pondal

 

Eduardo Pondal

Autor de la letra del Himno Gallego.

Recientemente se publicó su poema épico «Os Eoas», un poema póstumo dedicado en buena parte al Colón gallego.

Fragmento:

Ti es a miña patria (Galicia). A bora Liguria

non me dou, como dicen, nacemento;

Fora certo esto, túa e miña injuria,

e grande erroer e grave nocumento,

que n´é de Breogán a raza espuria

p´ra non honrar o noso forte intenro:

Oh, que dicha, s´a boa Galicia amada

fora, por ser meu berce, celebrada!

«Pondal cantou a xesta do descoberta de América por Cristobo Colón, aínda que na súa definitiva redacción o Bardo fai súa a tese do Colón galego que seu adversario político Celso García de la Riega, antinacionalista e anticeltista, defendía». (de un artículo de X.L. Méndez Ferrín publicado en Faro de Vigo)
Poesía Galega Completa IV. Os Eoas. Edición de Manuel Ferreiro Eduardo Pondal Sotelo Blanco-RAG, Santiago de Compostela, 2005, 660 páxs.

Estudos sobre Os Eoas de Eduardo Pondal Xosé Ramón Pena/Manuel Forcadela Sotelo Blanco-RAG, Santiago de Compostela, 2005, 310 páx.

Como ben sendo habitual na análise literaria galega, na liña das interpretacións abertas por Ferrín na súa divulgada obra De Pondal a Novoneyra, Ferreiro, Forcadela e Pena tratan de paliar o evidente reaccionarismo d´Os Eoas (visible dende a concepción elitista do poeta-intelectual guía do pobo, que non sabe o que lle convén se non llo din os intelectuais-literatos-guía) sinalando que Pondal presenta a descuberta de América como unha obra xenuinamente galega e inscrita dentro da súa ideoloxía iberista: Iberia ha de ser unha federación formada por todos os pobos da Península. A función directora deses pobos ibéricos confederados corresponderalles aos galegos. Iso foi o que pasou na descuberta de América, tema d´ Os Eoas, porque Colón, segundo Pondal e aceptando as teses de García de la Riega e Constantino Horta, era de Pontevedra.

Se lemos o poema de Pondal, sen prexuízos previos, veremos que Iberia/ibero aparece moi poucas veces no seu texto. O termo máis abundante é España/español. Iso si, Colón, galego, é o guía e, das tres carabelas, a que vai en dianteira é a Gallega. Os navegantes van movidos polo afánde estender a fe católica e por chegar a onde non alcanzaron nin Pedro nin Paulo. Escrito por Manuel Rodríguez Alonso

Poeta do século XIX que criou uma visão épica da galeguidade. Teria sido influenciado pela obra ossiânica do poeta escocês James Macpherson.

1. Biografia De origem fidalga, Eduardo Pondal ficou órfão de mãe ao ano de nascer. Desde 1844 estudou gramática latina na escola que dum parente clérigo em Vilela de Nemiña, Muxía, Galiza. Em 1848 instalou-se em Santiago de Compostela para cursar o segundo grau em Filosofia e, a seguir, a carreira de Medicina. De estudante freqüentou o Liceu de Santo Agostinho, onde havia tertúlias literárias, e revelou-se como poeta, com o seu íntimo amigo Aurélio Aguirre, numa ocasião que se fez célebre: o banquete de Conxo, do qual falam todos os historiadores da literatura galega. Este banquete foi organizado em 1856 pelos estudantes liberais em homenagem «ao terceiro estado», no qual fraternizaram operários e estudantes. Os brindes de Aguirre e de Pondal tiveram um sentido político muito avançado, e por eles processou-os a Audiência da Corunha.
Ao terminar a carreira em 1860 exerceu como médico da Armada Espanhola em Ferrol. Em 1861 fez oposições em Madrid ao corpo de Sanidade Militar, mas, após conseguir um posto na fábrica militar de Trubia (Astúrias), deixou o posto e abandonou de maneira definitiva a profissão médica. A 2 de Julho de 1861 celebraram-se na Corunha os primeiros Jogos Florais da Galiza, nos quais Pondal participou com A campana d’Anllóns, seu primeiro poema em galego que se publicou ao ano seguinte no Álbum de la Caridad.

Pondal apenas exerceu sua carreira. Retirou-se depressa à sua casa paterna e ali viveu, fazendo freqüentes viagens a Santiago de Compostela e à Corunha, onde concorria à livraria de Uxío Carré Aldao, chamada «a Cova Céltica», na qual mantinham um se ajuntavam Antonio Martínez Salazar, Manuel Murguía, Florencio Vaamonde, Evaristo Martelo Paumán, Manuel Lugrís Freire e outros. Ali acedeu através de Murguia aos poemas ossiánicos de James Macpherson. Pondal assumirá então o papel de «bardo» da nação galega, exercendo como guia e intérprete da rota a seguir.

Em 1877 saiu do prelo Rumores de los pinos, um conjunto de vinte e um poemas em galego e espanhol que servirá de base a Queixumes dos pinos (1886). Esta obra recupera da versão bilíngüe as composições em galego, inclui ainda alguns dos poemas em espanhol, agora traduzidos, e conhecerá diversas ampliações nas edições seguintes. «Os pinos», surgido das sucessivas reelaborações de «Rumores de los pinos», formará o hino galego, ao quual depois Pasqual Veiga lhe porá música.

A saudade de Pondal, poeta da liberdade, orienta-se para um passado que ele imaginava livre e independente, e que seu impulso lírico quer reconquistar. A poesia de Pondal propõe-se renovar a história. Como do passado céltico não ficam mais que vagos vestígios, Pondal esforça em adivinhá-lo, guiando-se pelos poemas de Ossian, por algumas citas de Lebor Gabála Érenn e pelas pesquisas de Murguia, e creia um mito fragmentar, distante da história, indeterminado, em redor de dois arquétipos: o Herói e o Bardo. Mas trata-se de um passado de grande beleza e de uma força de sugestão extraordinária.

Pondal, poeta oficial do movimento regionalista, encaminhará sua obra à recuperação da língua e da cultura galegas e à decidida defesa da liberdade do povo galego. Sua escrita, primariamente épica, irá à procura de mitos autóctones que chamem à coletividade galega para comprometê-la com o seu futuro. Ele vai cantar as gestas dos heróicos celtas galegos. É também um excelente cultivador da poesia lírica, recreando uma paisagem agreste inspirada nas terras de Bergantiños. Junto com a natureza, a mulher configurar-se-á como uma das chaves da sua produção lírica. No plano lingüístico, Pondal procurou a dignificação do idioma fugindo do estilo populista da época e incorporando diversos cultismos aristocratizantes no léxico e na sintaxe. O traço mais acusado da sua personalidade literária foi, sem dúvida, a clara consciência da dimensão artística da sua obra, o que o levou a revisar constantemente suas criações, mesmo as já publicadas. Neste sentido, não resulta estranho que de Os Eoas, um extenso poema épico baseado na descoberta do continente americano -do qual o autor só publicara um primeiro rascunho em 1858- não chegasse à imprensa na vida do próprio poeta (de fato, só foi publicado, finalmente, em 2005).Trata-se, não obstante, da obra que o próprio Pondal e seus correligionários consideravam como decisiva na sua carreira e ainda para a consolidação da própria literatura galega. atribuindo nela a Colombo uma origem galega -de acordo com as teses de García de la Riega, Constantino Horta…-, Pondal visava a universalizar Galiza e, ao tempo, o idioma galego numa gesta que superasse a prova dos séculos.

Eduardo Pondal faleceu na Corunha no hotel «La Luguesa» em 1917 e repousa desde então no cemitério de Santo Amaro.

2. Obra Poesía galega completa I. Queixumes dos pinos Poesía galega completa II. Poemas impressos Poesía galega completa III. Poemas Manuscritos Os Eoas (obra póstuma) Santiago, Sotelo Blanco, 2005 Estudos sobre Os Eoas, Santiago, Sotelo Blanco, 2005 Queixumes dos pinos (1886)

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